5 de nov. de 2014

Os platelmintos

Os platelmintos são vermes que surgiram na Terra há provavelmente cerca de 600 milhões de anos. Esses animais têm o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo: platelmintos (do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme').
Os platelmintos, que compreendem em torno de 15 mil espécies, vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; são encontrados também em ambientes terrestres úmidos. Alguns têm vida livre, outros parasitam animais diversos, especialmente vertebrados.
Medindo desde alguns milímetros até metros de comprimento, os platelmintos possuem tubo digestório incompleto, ou seja, têm apenas uma abertura - a boca-, por onde ingerem alimentos e eliminam as fezes; portanto, não possuem ânus. Alguns nem tubo digestório têm e vivem adaptados à vida parasitária, absorvendo, através da pele, o alimento previamente digerido pelo organismo hospedeiro.Entre os muitos exemplos de platelmintos vamos estudar as planárias, as tênias e os esquistossomos.

CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS:

- Sistema circulatório: ausente (o alimento é difundido pelo organismo passando de uma célula para outra);
- Sistema excretor: presente (formado por uma rede de túbulos denominados protonefrídeos, culminando em um poro terminal localizado na região dorsal do animal);
- Sistema respiratório: ausente (as trocas gasosas são realizadas diretamente com o meio);
- Sistema nervoso: presente (constituído por um par de gânglios cerebrais dispostos na região anterior, irradiando cordões nervosos até a porção posterior);
- Sistema sensorial: presente (através de células fotoreceptoras, os ocelos, esses organismos conseguem se orientar captando energia luminosa).A reprodução é bem diversificada, existem espécies que se reproduzem assexuadamente por fragmentação, outras sexuadamente com desenvolvimento direto ou indireto (passando por estágio larval).


Doenças causadas por platelmintos

A teníase é uma doença causada por duas espécies pertencentes ao Filo Plathyhelminthes, a Taenia solium (tênia de porco) e a Taenia saginata (tênia de boi). Essa doença também é conhecida como solitária, porque só um verme costuma viver em um hospedeiro.
O hospedeiro definitivo para as duas doenças é o homem, sendo hospedeiros intermediários o porco (T. solium) e o boi (T. saginata). O local de parasitismo é o intestino delgado, e o interessante é que esses animais, por serem parasitas obrigatórios, se alimentam do alimento digerido pelo hospedeiro e não possuem tubo digestório próprio.
Esses vermes são achatados, em forma de fita, hermafroditas e podem atingir alguns metros de comprimento. A cabeça, situada na região anterior, chamada de escólex, é seguida de um curto pescoço e de uma série de “gomos”, os proglotes. Quanto mais próximos do escólex, mais imaturos são os proglotes. No meio do animal encontram-se os proglotes maturos, com testículos e ovários, e na região posterior os proglotes grávidos, que possuem inúmeros ovos embrionados.Os proglotes grávidos são liberados durante a evacuação, e, no solo, se rompem e liberam os ovos, chamados de oncosferas. No hospedeiro intermediário, boi ou porco, as oncosferas penetram o intestino e vão para a musculatura via corrente sanguínea, onde se desenvolvem os cisticercos. O homem é infectado quando ingere carne mal assada contendo esses cisticercos, popularmente conhecidos como “canjiquinhas”. Acompanhe todo o ciclo na figura:
O grande problema está quando o homem ingere os ovos ou proglotes grávidas (pode ser via água, frutas ou verduras contaminadas e até por auto-infestação), passando a ser o hospedeiro intermediário. Nesse caso, os ovos passam pela circulação e se alojam no cérebro, olhos, coração, pele ou músculos, causando grandes injúrias. Esse tipo de ciclo desses parasitas é conhecido como Cisticercose, e é mais observada a cisticercose por Taenia solium (de porco). O esquema abaixo ilustra como a cisticercose no porco é igual em humanos, pois estes passam a ser o hospedeiro intermediário. 

Pincipais características do platelmintos


Os platelmintos apresentam considerável progresso em relação aos poríferos e celenterados. Podemos constatar isso caracterizando os platelmintos: trata-se de animais de simetria bilateral, triblásticos, acelomados, com sistema nervoso centralizado, sistema digestivo incompleto e dispondo de sistema excretor e gônadas permanentes.
Na face ventral, está a boca, orifício de entrada de alimentos e de saída de dejetos da digestão. Os platelmintos são enterozoários incompletos, e o seu tubo digestivo possui apenas um orifício.
Durante o desenvolvimento embrionário dos platelmintos, as células que surgem por mitoses consecutivas do zigoto formam três camadas, os folhetos embrionários ou germinativos. No desenvolvimento dos poríferos e dos celenterados, formam-se apenas dois folhetos e, por isso, são chamados animais diblásticos. Como os demais animais se desenvolvem a partir de três folhetos, são triblásticos.
O folheto mais externo, o ectoderma, origina a epiderme, tecido de revestimento e que secreta um muco que mantém o corpo úmido. O endoderma forma o revestimento interno do sistema digestivo. O folheto intermediário, ou mesoderma, origina a massa muscular do corpo desses animais. Essa musculatura inclui dois tipos de fibras: as fibras longitudinais e as fibras transversais. A contração desses dois tipos de fibras pode fazer o corpo do animal se encurtar ou se alongar, o que permite o seu deslocamento.
O mesoderma também forma o mesênquima, massa esponjosa formada por células indiferenciadas e com capacidade de se transformar em outras células do corpo. A presença do mesênquima explica o grande poder de regeneração desses animais.

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